
Mikaela, de 22 anos, era uma jovem promissora, com planos de comprar seu primeiro apartamento e uma carreira em ascensão. Dedicada à sua família e à fé, atuava como filha de santo em um centro de Umbanda localizado no bairro Bela Vista, região central de São Paulo (SP). Foi em um desses rituais que a jovem sofreu um grave acidente em 12 de setembro de 2024, resultando em queimaduras que cobriram 75% de seu corpo.
A tragédia ocorreu durante uma “gira de esquerda”, um ritual semanal que acontecia na zona leste da cidade. Em entrevista exclusiva ao BacciNotícias, a mãe de Mikaela, presente no evento, descreveu a cena angustiante em detalhes. Em um determinado momento, o pai de santo Beto Silva, que estava em transe, se aproximou de um vaso de barro com uma pequena labareda e jogou álcool, causando uma explosão.
“Houve uma explosão e o fogo atingiu minha filha. Eu só pude abraçá-la e pedir socorro”, relata a mãe.
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Mikaela foi prontamente socorrida por Beto Silva e levada ao hospital, onde permaneceu internada em estado grave por 15 dias. Apesar da luta, a jovem não resistiu aos ferimentos e faleceu. Em conversa com a repórter Marcela Munhoz, a mãe, em luto profundo, lamenta:
“A última vez que vi minha filha foi no IML. Nunca mais ela voltará”.
A dor da família é palpável. O pai de Mikaela, Sérgio, tornou-se o pilar da família e clama por justiça. Ele acusa o pai de santo de imprudência e afirma que o ato deve ser responsabilizado pela morte de sua filha. “Isso não pode ficar assim. O pai de santo agiu com imprudência e deve ser responsabilizado”, afirma.
Uma testemunha do ocorrido, Patrícia, também carrega as marcas psicológicas da tragédia em Gira de Umbanda e relata seu sofrimento: “Não como, não bebo, não vivo”.
A família de Mikaela registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil. Eles, no entanto, expressam frustração com a falta de informações sobre o andamento da investigação e temem a impunidade. O pai e a mãe de Mikaela pedem para que a prática da dança com fogo em rituais seja proibida, a fim de evitar que outras vidas sejam perdidas.
Apesar das tentativas de contato com o pai de santo Beto Silva, ele preferiu não comentar sobre o incidente. Sua esposa, Tatiana Santos, também mãe de santo, expressou descontentamento e afirmou que a questão já havia sido resolvida com a família.
“Nada vai trazer minha filha de volta, mas é necessário que haja justiça. Eles não podem ficar impunes”, conclui a mãe da jovem, em seu clamor por justiça.














